terça-feira, 30 de dezembro de 2008

3 dias a la España

3 Dias “a la España”
(ou crónica de viagem de verão 2008)
29 a 31 Julho 2008

Prelúdio: Esta viagem esteve prevista para durar 5 dias (4 noites) e tinha como base de percurso meu PDA/GPS. No entanto, antes da partida deparei-me com avaria no cartão de memoria, o que implicou ir “à descoberta”, sem quaisquer mapas e apenas com alguns nomes de referência para os percursos.

Dia 1 – De Mozelos a las Rias Bajas 

O Dia começou cedo, ver se não faltava nada e toca de partir que a vontade de andar de moto era imensa!!

Saí de Mozelos com um sol fantástico, mas pelos vistos pouco duradouro…passados cerca de 2 kms, já o nevoeiro invadia tudo à minha volta…inacreditável mas todas as grandes viagens que tenho feito começam com este tempo…

Felizmente, o nevoeiro rapidamente descobriu. Dirigi-me ao Porto e depois em direcção a Viana Castelo via A28. Primeira paragem para pequeno almoço no Ikea (por 1 eur vale bem o desvio).

Percurso até Viana sempre por AE, uma vez que já conheço minimamente a costa e queria chegar rápido..para outro dia ficará um reconhecimento promenorizado da costa Norte de Portugal. Depois de sair da A28, segui já junto ao mar – sempre em direcção a norte e a Espanha.

Não resisti a parar numa prainha já no final Norte de Vila Praia de Âncora para desfrutar da vista.










Quase a chegar a Caminha, deparo-me com esta vista e obriguei-me a parar e tirar esta foto:











Chegado a Caminha, decidi tomar o ferry e apreciar o passeio até “A Guarda” (era o que dizia nas placas, nada de La Guardia)










Já em Espanha, primeira paragem para abastecer… “Sin Plumbo 95 à 1,229 EUR/L – Muchas gracias” …nem dói tanto pagar!!!

Sigo então Estrada junto a costa com algumas curvas bem interessantes e esta vista deliciosa..










Chego a Baiona rapidamente e reparo logo a quantidade de motos (especialmente scooters e maxi scooters) que povoam as cidades Espanholas (e esta quantidade aumenta quanto maior é a cidade)



Deu para comer umas tapas na esplanada e dar uma voltinha para conhecer um pouco a praia, muralhas e zona da marina. (ainda deu para perder as chaves na esplanada…mas os espanhois são bem porreiro e tinham-nas guardado..ai a cabeça….)














Como era cedo demais para ficar por ali, decidi em vez de ficar por Baiona como inicialmente pensava, alterar o plano e seguir para Norte indo o mais junto ao mar possível

A zona das Rias Baixas é lindissima, e recomendo uma visita mais demorada pois vale bem a pena.. Aqui uma linda paisagem dos arredores de Vigo.










A quantidade de motos em Vigo ainda me espantou mais…elas movem-se por todo o lado e todos os locais servem para “estacionar”, quer seja na berma da Estrada, em cima do passeio…FANTÁSTICO!! 

Uma vez que não conhecia nada em Vigo, andei à nora, tentando descobrir caminho para minha referência – Sanxenxo. Bem, de Sanxenxo, placas nada… Uma vez que a estrada que me parecia mais junto à costa era por Pontevedra, lá decidi seguir esse rumo. Vim a confirmar que fui pelo caminho acertado!! Eheheh - sorte de viajante

Em Pontevedra, rapidamente foi fácil encontrar placas de Sanxenxo e lá parti pela costa. Chegado a Sanxenxo, pude ver esta paisagem fantástica.










Continuando, logo encontrei placa de camping de 1ªe segui-a logo, afinal não é sempre que se fica em 1ª !!! lolol

Bem o Camping de Baltar, na praia de Baltar/Portonovo e a 1km de Sanxenxo é mesmo bom. Além dos já habituais banhos quentes, e supermercado, tinha também uma piscina (sim ainda deu para dar um mergulho às 7 da noite!!), cartão electrónico de entrada/saída do camping, boas sombras e bem..achei todas as condições excelentes…

Depois de montar a tenda, ainda deu para o tal megulho na piscina. Aqui o meu “quarto”:










Para jantar, e para poupar uns trocados, toca de comprar um fiambre e um pão no supermercado e fazer umas sandochas!!

À noite, toca de ir dar “una vuelta” por Sanxenxo… Esta praia fervilha de gente nesta altura e estava-se mesmo bem… As vistas eram claro…excelentes!!!














Depois de uma “cerveza”, foi hora de voltar ao camping e “xixi e cama”..




Dia 2 – Santiago e Costa Cantabrica 

O Dia começou cedo, ver se não faltava

Acordei cedo…isto de dormir em tenda, acabamos por ficar sempre mais “moídos” que numa boa caminha!!

Arrumar as trouxas todas na moto, pagar camping(16 eur), e tirar foto de despedida das rias baixas…










Percurso do dia 2 era Sanxenxo, Santiago, Coruña, Gijón (Xixón)

Sigo em direcção a Pontevedra (o que parece que era para trás…mas como não tinha mapa…toca a andar!

Chegado a Pontevedra fui “enganado” para uma Autopista quando segui indicações de Santiago…lá foram 1,60 EUR de portagem…fosga-se sai um gajo da terra e ainda tem que arrotar “peages” de nuestros hermanos!! Saí na primeira saída, e encontrei rapidamente estrada nacional para Santiago.

Chegado a Santiago, lá encostei num dos muitos estacionamentos para motos…

Santiago de Compostela é Linda! Em especial o centro histórico medieval..pena é o excessivo “negócio” que foi fomentando..mas acho que é assim em todo o lado!!

Aqui ficam umas fotos para vos motivar a lá ir ;)





















Próxima paragem: A Coruña!!

Viagem por Autovia (sem portagens, Yuppie!!)

Chegado ao centro, mesmo ao lado do porto, pude constatar a fantástica arquitectura das fachadas dos prédios, fiquei encantado!!










Acabei por almoçar por lá num restaurantezinho bem catita…não me perguntem o nome do prato, mas uma coisa vos garanto, era um bife alto de porco como nunca comi, estava delicioso e os pimentos a acompanhar tornaram o prato divinal!!!










Para completar este maravilhoso manjar, e em homenagem ao Victor, uma fantástica e deliciosa Estrella Galicia










Para completar ao sair do restaurante deparo-me com esta praça LINDA!










Tinha que continuar viagem, mas fiquei com o bichinho de voltar à terra do Riazor!

Decidi ir pela costa, que apesar de me ter proporcionado curvas e paisagens da costa fantásticas…bem eu já vos conto.










A minha ideia era ir sempre pela costa até Gijon. No entanto, e chegando a Ferrol, deparei-me com uma total falta de indicações..e até locais me acharam “loco” por querer fazer mais de 200kms pela costa, dizendo que não havia nenhuma Estrada…hoje ao consultar o google maps encontrei a tal Estrada, mas na altura, sem gps, tive que seguir indicações e seguir para As Villas, de modo a apanhar a Autovia Costa Cantábrica (ainda não concluida em alguns troços).

Aqui uma igrejinha catita, algures no norte de Espanha:










Depois de muita Estrada nacional pelo interior Espanhol, finalmente entro na autovia que tinha paisagens fantásticas




Nesta última imagem, o viaduto estava em construção e tive de esperar e quem estava nas obras, um tuga!!! Lá me explicou que era de Campanhã e que tinha uma moto, “mas uma moto a sério, uma Honda”..fiquei a olhar para ele tipo, yah, yamaha não é moto..


Bem ainda faltavam 70kms para Gijon e ja via o sol a baixar!! Toca de rodar o punho que se faz tarde..

Gijon é uma cidade enorme, nunca pensei!! Tem uma parte industrial e portuária que indicia uma cidade feia, mas depois, o centro e sobretudo a praia compensam e superam esta impressão inicial.

Segui indicações para praia e logo para o camping, não tem que enganar pois fica no extremo norte da praia, juntinho ao mar!

O camping em si, e depois da experiência de Sanxenxo, deixou algo a desejar pois além de pequeno, era mais antigo e sem metade das condições..só a paisagem compensa, em parte, o restante.

Aqui fica meu quarto de hotel 5*:




Quando acabei de montar a tenda, era praticamente de noite.. Após o duche e jantar no supermercado, fui ver as vistas da cidade (mais da praia pois fui a caminhar, e já estava bastante cansado!!



Roam-se com estas fotos:







Depois de ter atravessado a praia numa grande caminhada, fiquei prontinho para “morrer” na tenda.




Dia 03 – Dos Picos à Aguda

Acordei com um sol esplendoroso, mas ao tocar na tenda percebi o porquê de existirem tendas com duplo tecto – humidade maritima tinha molhado a tenda, e tendo só um “tecto”, este não era impermeável, logo tinha algumas gotas no interior do tecido da tenda…ganda noia!!!

Bem, fui tomar pequeno almoço.. depois comecei a arrumar tudo, pois estava ansioso por conhecer os mais que afamados picos da Europa.

Depois de tudo bem arrumadinho na Fazer, toca de por-me a caminho. Segui inicalmente por Estrada nacional (aqui pode.se ver panorâmica de Gijon enquanto saia da cidade)










Posteriormente andei um pouco por Autovia (com direito à passagem por alguns tuneis).

Com o aproximar dos picos, mais ansioso ficava, e quando as montanhas comecaram a ereger-se à minha frente fiquei pasmado a olhá-las, e só estava ainda na aproximação aos picos…lol….aqui podem ver uma das estradas de acesso e os picos ao fundo (eu apareço graças à estabilidade da topcase para servir de tripé):










Sigo indicações de Covadonga..afinal a fama deste local é enorme!

Depois de algumas curvinhas bem, interessantes e com piso excelente (se bem que já com algum movimento de carros e camionetas) chego a Covadonga, e só posso dizer que tudo lá é lindo! Até a Guardia Civil é simpatico e são os primeiros a dizer para estacionar em cima do passeio. Aqui ficam algumas fotos de Covadonga,, ainda bem presentes em mim:














Sigo então para cima em direcção aos lagos, por entre uma vegetação luxuriosa, e curvas a lembrar súbida ao Palácio da Pena em Sintra – tudo com excelente piso. Tempo para mais umas excelente foto:










Com a súbida de altitude, a paisagem começa então a ficar com menos vegetação e mais agreste, mas estrada essa, sempre a subir. Paragem num dos muitos mirantes com paisagem divinal:












A presença constante de vacas livres pelo parque surpreendeu-me..achei fantástico poder estar tão perto delas..enfim mais momentos fantásticos a juntar a todos os outros.

Num outro mirante, já no acesso a um dos lagos descobri um casal simpatico de Italianos tb eles a explorar os picos na sua scooter 125 e não resisti a 2 dedos de conversa…é estranho como imediatamente partilhamos locais a visitar em Espanha e Portugal. Depois de muita conversa lá descobri que tinham uma autocaravana como base e a scooter para “descobrir” os paraísos por onde iam passando. Aqui a foto do casal e da sua scooter:










Já nos lagos, a paisagem consegue-me surpreender novamente:












A relvinha, apesar dos enormes dejectos das vacas que salpicavam a paisagem, convidava a descansar e lá me deitei eu (depois de inspeccionar bem o local..hihihi) para relaxar um pouco e “curtir” o local: 










O percurso para baixo, fez-se com pena de não ter mais tempo, nem GPS nem Mapas…mas os picos também merecem mais tempo, para andar de moto, mas sobretudo para passeios pedestres…sem dúvida a repetir…quem sabe para Junho/Julho 2009.

Já em Cangas de Onis, vislumbrei ainda uma invulgar ponte romana, com uma altura impressionante:










Inicialmente pensava almoçar nos picos, mas comecei a andar em direcção a Oviedo via estrada nacional e percurso estava-me a saber tão bem que “deixei-me ir” pelo asfalto. Chegado a Oviedo, e ainda com intenções de seguir rumo a Sanabria, toca de parar num Carrefour para consultar mapa de Espanha e almoçar. Para meu desespero, mapas eram em livro, o que, tendo em conta meu conhecimento daquela area (zero), fez com que parecesse um elefante a olhar para um diamante, ou seja, na consegui descurtinar nada “para baixo” de Oviedo, nem cidades, nem vilas que me servissem de referência para inquirir a locais..

Depois de acalmar ao sabor de um Macqualquecoisa, decidi nesse momento regressar nesse mesmo dia. O que me levou a tomar decisão foi:
1- Falta de GPS ou mapa
2- Tenda molhada, pois à saída de Gijon, com pressa de ver picos não tive todos os cuidados de secar tenda antes de a arrumar.
3- Componente financeira começava a escassear
4- Que saudades da minha caminha em Mozelos

Assim,, aviso já, que na ânsia de voltar a casa, máquina fotográfica ficou esquecida na topcase no resto da viagem.

Segui de Ovidedo, novamente pela Autovia Cantábrica para Oeste em direcção a Coruña. Decidi ir por Nacional e “atalhar” indo por Lugo – sempre em nacional.. Estradas e paisagens pelo caminho “enchiam-me” os sentidos….adoro descobrir novos locais de moto, é tão emocionante!!!

Chegado a Lugo, e depois de consultar os locais, explicaram-me que melhor maneira de ir “À Portugal” seria por Santiago e depois Autopista até Tuy.

Lá engoli em seco a parte da autopista e segui estrada para Santiago...mais uma estrada excelente... Segui sempre sem grande pressa, entre os 100/120. Constatei que em Espanha condutores são bem mais respeitadores de velocidade que em Portugal..também o respeito pelo pessoal das 2 rodas e a atenção, facilitando as ultrapassagens me surpreendeu.

Chegado a Santiago, atestando a menina e contando o dinheiro restante, lá decidi seguir para sul via arrgghhh Autopista..

Trajecto fez-se sem história, só com pagamentos e um abastecimento final de 3,44 eur (foi mesmo até ao limite do depósito) na última estação de serviço antes de Portugal – afinal gasolina a 1,227 não é todos os dias.

Já em Portugal,. E para economizar um pouco, segui por nacional via Cerveira e depois pela A28 (acho que é assim), que passa por Viana, até ao Porto.

Cheguei à esplanada na Aguda mesmo a tempo de deliciar-me com um cachorrito e com o pôr-do-sol.

O pessoal (qur tinha ido às francesinhas), apareceu para um café e para eu os cobrir de inveja desta viagem fantástica,

Regressado a casa, sem sequer reparar, tirei a chave da moto sem notar que estava na posição parking (com luz de presença acesa e a queimar bateria)…mas isso, é outra crónica!!

P.S.: Obrigado a todos pela recepção na Aguda

P.S.2: Custos: Como gosto muito de fazer as contas todas (ou não), posso dizer que nesta viagem (tudo incluido) dispendi a módica quantia de 180 EUR. Não me perguntem em quê, nem quantos kms fiz…não sei, foi sempre a andar…lol

terça-feira, 8 de julho de 2008

O Início das hostilidades

Arouca - 8 Dezembro 2005

No dia 8 de Dezembro de 2005 fui com o Sérgio até Arouca, essa bela e pitoresca cidade do interior de Portugal para meu baptismo de curvas uma vez que só à cerca de um mês é que estava habilitado a circular com a minha primeira moto, uma CB500.

Assim sendo, saimos de Santa Maria da Feira cerca das 11h em direcção a Arouca via Carregosa, onde a estrada pelo seu excelente piso e traçado cheio de curvas é uma autêntica delícia para a prática.
Pena é que em alguns pontos a estrada ainda se encontrava algo húmida e tornava a condução algo perigosa obrigando a cuidados redobrados mas que mesmo assim propocionaram momentos muito porreiros, salvo o susto que o Sérgio apanhou quando quase entrava pela minha traseira pois fiquei sem sinalizador de stop, mas nada de mais.

Chegados a Arouca, fomos directos à confeitaria Arca Doce, mesmo no centro, para retemperar forças do prazer que até então tinhamos sentido na viagem.
O regresso correu também ele dentro da normalidade e o que fica é mesmo o baptismo e a recordação de tão belo traçado para um pequeno almoço com direito a cerca de 100 km de puro prazer.